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sábado, 27 de agosto de 2011

Fala do Futuro (Poesia Argumentativa)


Fala do Futuro (Poesia Argumentativa)
O futuro da propriedade é o aluguel.
Só haverá dois papéis: o dos locatários e o dos administradores.

Ser chamado "dono" talvez se torne até ofensa.
Quando os capitalistas se tocarem, ficarão perplexos ao pensar que o significado estava lá o tempo todo: "Ativo".

O futuro do governo é a transparência.
O dia em que houver gente com peito pra colocar um mural pro mundo ver as contas de seus líderes, essa pessoa verá seu país crescer despido.
Será tão vergonhoso lembrar da corrupção de hoje como nos é vergonhoso lembrar que sarna já foi mal comum entre os nobres de outrora.

O futuro da compra é a gratuidade.
Os custos estão cada vez mais baixos, e a produtividade, cada vez mais alta.
A concorrência, cada vez maior.
Isso é trabalho redundante.
Trabalho redundante em excesso é ineficiência.
Por isso, perdas.
Por isso, desempregos.
Por isso, recessão.
Se você acha que isso contradiz a primeira estrofe, é porque provavelmente partiu do bom e velho princípio: "Dinheiro".

O futuro da família são pais descasados, dividindo um teto e criando filhos como amigos, recebendo a visita de seus namorados.

O futuro do amor é a extinção do egoísmo.
Tanto daquele advindo do medo de se dar, quanto daquele advindo da vontade de se ter.

O futuro da desconfiança é a libertação.
Não é natural andar por aí achando que os outros não prestam, quando só você não percebe:

Quem não presta está no espelho.