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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

DE GRAMÁTICA E DE LINGUAGEM

DE GRAMÁTICA E DE LINGUAGEM
E havia uma gramática que dizia assim:
"Substantivo (concreto) é tudo quanto indica
Pessoa, animal ou cousa: João, sabiá, caneta".
Eu gosto das cousas.
As cousas sim!...
As pessoas atrapalham.
Estão em toda parte.
Multiplicam-se em excesso.
As cousas são quietas. Bastam-se.
Não se metem com ninguém.
Uma pedra. Um armário. Um ovo, nem sempre,
(Ovo pode estar choco: é inquietante...)
As cousas vivem metidas com as suas cousas.
E não exigem nada.
Apenas que não as tirem do lugar onde estão.
E João pode neste mesmo instante vir bater à nossa porta.
Para quê? Não importa: João vem!
E há de estar triste ou alegre, reticente ou falastrão,
Amigo ou adverso...João só será definitivo
Quando esticar a canela. Morre, João...
Mas o bom mesmo, são os adjetivos,
Os puros adjetivos isentos de qualquer objeto.
Verde. Macio. Áspero. Rente. Escuro. Luminoso.
Sonoro. Lento. Eu sonho
Com uma linguagem composta unicamente de adjetivos
Como decerto é a linguagem das plantas e dos animais.
Ainda mais:
Eu sonho com um poema
Cujas palavras sumarentas escorram
Como a polpa de um fruto maduro em tua boca,
Um poema que te mate de amor
Antes mesmo que tu saibas o misterioso sentido:
Basta provares o seu gosto...

domingo, 25 de setembro de 2011

Ler é obter conhecimento




A leitura de livros pode transmitir a imaginação, e o poder de ter mais conhecimento, sobre a ortografia e um vocabulário de auto nível com os intelectuais e também poder de se expressar com mais classe.
A maior tristeza do analfabeto deve ser ele não poder se expressar melhor e nem ter o conhecimento da pessoa que se expressa bem ao conversar. É por isso que alguns analfabetos começam estudar só para ter o prazer de ler, fazendo com que o analfabetismo diminua. A leitura estimula a pessoa a ler cada vez mais, sempre buscando novos conhecimentos. Existem muitos depoimentos sobre pessoas que eram moradores de rua e saíram desse mundo por causa da leitura.
A leitura muda a vida de qualquer ser humano em busca de conhecimento. E você já leu quantos livros esse ano?

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

CRÔNICAS


CONFESSIONÁRIO >> Albir José Inácio da Silva
Desde de que me entendo por gente estou às voltas com esse negócio de pecado. Quando adulto o que consegui foi não me importar mais com os acusadores. Mas os pecados mesmos, esses nunca me deixaram.

Na infância os mais graves eram malcriações, pirraças e língua para os coleguinhas. A admoestação me trazia remorsos e obrigava a promessas de não repetir. Em vão. No dia seguinte lá estava eu fazendo tudo de novo. Era mais forte que eu. Eu bem que gostaria de agradar, ser um bom menino. Mas o que conseguia era adicionar outros pecados que a idade ia me apresentando.

Na adolescência acrescentei pecados bem mais graves, segundo me disseram, sem me livrar das culpas da infância. Pequei com o pensamento, com os lábios, mas sobretudo com as mãos. Enquanto era advertido sobre os perigos do pecado, meus pares, principalmente os de saia, me incentivavam a pecar. O Senhor não sabe como é difícil porque o senhor é Padre.

Na universidade pecados sociais se juntaram às anteriores desobediência e luxúria. Por exemplo, não ser miserável como as massas que deviam ser salvas era crime de lesa-humanidade. Isso começou gerações antes, com pais e avós que acumularam a fortuna da casa onde moravam e alguns móveis velhos. E também pagaram escola em vez de tomar o poder para que todos estudassem de graça. O Senhor pode colocar na minha conta mais o pecado de amar esses pecadores e não fuzilá-los.

Já adulto quis a qualquer preço o reconhecimento, o prestígio e o respeito dos outros. A tudo eu justificava com a lei da sobrevivência. Que havia de errado em defender-me nesse salve-se quem puder? O pecado agora, me diziam, era a ganância. De nada adiantaram exemplos de mártires e heróis domésticos, acadêmicos ou religiosos. Acrescente-se o mau-humor e o tédio, que não pode deixar de ser pecado, considerados os danos aos circunstantes. Até o que pareciam boas ações eram na verdade autopromoção, ou guardavam algum inconfessável interesse. Confesso também a ostentação, afinal de que adianta conquistar em segredo.

Agora que a velhice já não me permite tanta atividade pecaminosa, temos um impasse. O Senhor não me absolve porque eu não me arrependo. E eu não me arrependo porque seria hipócrita: sob as mesmas condições de temperatura e pressão e oportunidade eu cometeria os mesmos pecados. Faria de novo, não por achar certo, mas porque não há opção. Se estava escrito que Judas ia trair e Pedro negar, como poderiam eles não fazer? Se não posso escolher o bicho que quero ser, por que é pecado ser humano? Se me queriam culpado, aqui estou. Culpado, mas não arrependido.

A propósito, mais um pecado: morro de inveja porque sei que há por aí pecadores tranqüilos que pedem perdão à noite, zeram a conta, para tornar a pecar pela manhã. Estão sempre em paz, não lhes pesam os pecados.

Não é o meu caso. Os pecados sempre me atormentaram. E, se não posso ser perdoado, pelo menos que me descontem da pena essa vidinha medíocre que herdei, construí ou compliquei, mas que era a única que havia pra viver.

Vida culpada, Reverendo, que já está na reta final mas parece bem pior que o último círculo do inferno de Dante. Sua bênção.


Crônicas de Arnaldo Jabor

Crônica do Amor

Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.

O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.

Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.

Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.

Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.

Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.

Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no
ódio vocês combinam. Então?

Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.

Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a
menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.

Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama
este cara?

Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.

É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura
por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.

Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?

Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.

Não funciona assim.

Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.

Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!

Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.
Arnaldo Jabor

sábado, 27 de agosto de 2011

Fala do Futuro (Poesia Argumentativa)


Fala do Futuro (Poesia Argumentativa)
O futuro da propriedade é o aluguel.
Só haverá dois papéis: o dos locatários e o dos administradores.

Ser chamado "dono" talvez se torne até ofensa.
Quando os capitalistas se tocarem, ficarão perplexos ao pensar que o significado estava lá o tempo todo: "Ativo".

O futuro do governo é a transparência.
O dia em que houver gente com peito pra colocar um mural pro mundo ver as contas de seus líderes, essa pessoa verá seu país crescer despido.
Será tão vergonhoso lembrar da corrupção de hoje como nos é vergonhoso lembrar que sarna já foi mal comum entre os nobres de outrora.

O futuro da compra é a gratuidade.
Os custos estão cada vez mais baixos, e a produtividade, cada vez mais alta.
A concorrência, cada vez maior.
Isso é trabalho redundante.
Trabalho redundante em excesso é ineficiência.
Por isso, perdas.
Por isso, desempregos.
Por isso, recessão.
Se você acha que isso contradiz a primeira estrofe, é porque provavelmente partiu do bom e velho princípio: "Dinheiro".

O futuro da família são pais descasados, dividindo um teto e criando filhos como amigos, recebendo a visita de seus namorados.

O futuro do amor é a extinção do egoísmo.
Tanto daquele advindo do medo de se dar, quanto daquele advindo da vontade de se ter.

O futuro da desconfiança é a libertação.
Não é natural andar por aí achando que os outros não prestam, quando só você não percebe:

Quem não presta está no espelho.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

POEMA DIDÁTICO -PAULO MENDES CAMPOS


Paulo Mendes Campos


Poema Didático


Não vou sofrer mais sobre as armações metálicas do mundo
Como o fiz outrora, quando ainda me perturbava a rosa.
Minhas rugas são prantos da véspera, caminhos esquecidos,
Minha imaginação apodreceu sobre os lodos do Orco.
No alto, à vista de todos, onde sem equilíbrio precipitei-me,
Clown de meus próprios fantasmas, sonhei-me,
Morto do meu próprio pensamento, destruí-me,
Pausa repentina, vocação de mentira, dispersei-me,
Quem sofreria agora sobre as armações metálicas do mundo,
Como o fiz outrora, espreitando a grande cruz sombria
Que se deita sobre a cidade, olhando a ferrovia, a fábrica,
E do outro lado da tarde o mundo enigmático dos quintais.
Quem, como eu outrora, andaria cheio de uma vontade infeliz,
Vazio de naturalidade, entre as ruas poentas do subúrbio
E montes cujas vertentes descem infalíveis ao porto de mar ?

Meu instante agora é uma supressão de saudades. instante
Parado e opaco. Difícil se me vai tornando transpor este rio
Que me confundiu outrora. Já deixei de amar os desencontros.
Cansei-me de ser visão, agora sei que sou real em um mundo real.
Então, desprezando o outrora, impedi que a rosa me perturbasse.
E não olhei a ferrovia - mas o homem que sangrou na ferrovia -
E não olhei a fábrica - mas o homem que se consumiu na fábrica -
E não olhei mais a estrela - mas o rosto que refletiu o seu fulgor.
Quem agora estará absorto? Quem agora estará morto ?
O mundo, companheiro, decerto não é um desenho
De metafísicas magnificas (como imaginei outrora)
Mas um desencontro de frustrações em combate.
nele, como causa primeira, existe o corpo do homem
- cabeça, tronco, membros, as pirações e bem estar...

E só depois consolações, jogos e amarguras do espírito.
Não é um vago hálito de inefável ansiedade poética
Ou vaga advinhação de poderes ocultos, rosa
Que se sustentasse sem haste, imaginada, como o fiz outrora.
O mundo nasceu das necesidades. O caos, ou o Senhor,
Não filtraria no escuro um homem inconsequente,
Que apenas palpitasse no sopro da imaginação. O homem
É um gesto que se faz ou não se faz. Seu absurdo -
Se podemos admiti-lo - não se redime em injustiça.
Doou-nos a terra um fruto. Força é reparti-lo
Entre os filhos da terra. Força - aos que o herdaram -
É fazer esse gesto, disputar esse fruto. Outrora,
Quando ainda sofria sobre as armações metálicas do mundo,
Acuado como um cão metafísico, eu gania para a eternidade,
sem compreender que, pelo simples teorema do egoísmo,
A vida enganou a vida, o homem enganou o homem.
Por isso, agora, organizei meu sofrimento ao sofrimento
De todos: se multipliquei a minha dor,
Também multipliquei a minha esperança.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

terça-feira, 28 de junho de 2011

“Os Parceiros”


Sonhar é acordar-se para dentro:
de súbito me vejo em pleno sonho
e no jogo em que todo me concentro
mais uma carta sobre a mesa ponho.
Mais outra! É o jogo atroz do Tudo ou Nada!
E quase que escurece a chama triste…
E, a cada parada uma pancada,
o coração, exausto, ainda insiste.
Insiste em quê?Ganhar o quê? De quem?
O meu parceiro…eu vejo que ele tem
um riso silencioso a desenhar-se
numa velha caveira carcomida.
Mas eu bem sei que a morte é seu disfarce…
Como também disfarce é a minha vida!

sábado, 25 de junho de 2011

“AMPLIANDO OLHARES: FOTOGRAFIA E EDUCAÇÃO”

PREFEITURA MUNICIPAL DE ARAL MOREIRA
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO, CULTURA, ESPORTE E LAZER.
ESCOLA POLO MUNICIPAL VENITA RIBEIRO MARQUES











PROJETO
“AMPLIANDO OLHARES: FOTOGRAFIA E EDUCAÇÃO”













ARAL MOREIRA - MS
2011

PERÍODO DE REALIZAÇÃO

Agosto a Outubro de 2011

COORDENADORA DO PROJETO

Professora Jéssica Balen Sanches

PROFESSORES PARTICIPANTES

Professora Cristina;
Professora Lidiane;
Professora Adelaide;
Professora Ramona;
Professor Sandro;
Professor Gilson;

PÚBLICO ALVO

Alunos do 8º ano e do 9º ano do Ensino Fundamental.













INTRODUÇÃO

As imagens do mundo visível não foram mais as mesmas depois dos anos 1839-1840. A invenção que chamamos de fotografia foi apresentada à Academia de Ciências de Paris em 19 de agosto de 1839. O que veio depois, ou pelo menos bem depois, todos nós conhecemos: vivemos hoje em um mundo abarrotado de imagens fotográficas. Mas o que aconteceu nos meses que se seguiram àquela célere reunião de cientistas, jornalistas e curiosos ainda esconde muitas surpresas e controvérsias.
Desde janeiro de 1839, os jornais franceses alardeavam a invenção da “daguerreotipia” processo capaz de fixar sobre uma placa metálica as imagens obtidas com a câmara escura pela ação da luz solar. A partir daí, a imprensa mundial aguardou com ansiedade a história e a descrição do daguerreotipo. Em agosto , quando o segredo de Louis Jacques Mandé Daguerre (1787-1851) e de seu sócio Nicéphore Niépce (1765-1833) foi finalmente revelado, outros processos guardados a sete chaves também reivindicavam o reconhecimento por tamanha conquista. A disputa pela paternidade da fotografia estendeu-se por todo o século XIX, mas hoje já se consagrou a ideia de que muitos inventores trabalharam nessa direção, inclusive Hercules Florence, francês radicado no interior de São Paulo, que em 1833 criou um processo fotográfico sobre papel.
Além desses fatos históricos e dessas conquistas trilhadas no campo da fotografia, ainda são almejadas muitas outras, principalmente, com relação ao âmbito educacional. No entanto, fotografia e educação são campos do e de conhecimento que nem sempre andaram juntos. Tradicionalmente vinculada a textos literários, a educação nem sempre se sentiu capaz de abarcar em seu cerne outras formas de documentos que não lidassem diretamente com a palavra. Assim, trazer a fotografia para o cenário da educação significa desmantelar processos arraigados, o que felizmente já vem ocorrendo há certo tempo e em instâncias variadas.
Visando contribuir para este campo ainda em constituição – fotografia e educação – procuramos discutir saberes e fazeres, uma vez que a sociedade passa por mudanças em todos os setores, sociais, políticos, econômicos, tecnológicos, entre outros. Mudanças essas que interferem na esfera educacional e que exige dentre outras coisas novas formas de lidar com o conhecimento, com o aprender e o ensinar. Por isso, é primordial que a funcionalidade da escola seja voltada para análise, discussão e reflexão da realidade cotidiana que nela se manifesta, só assim, ela estará cumprindo com a sua função social, a qual é formar cidadãos críticos, reflexivos, autônomos, conscientes de seus direitos e deveres, capazes de compreender a realidade em que vivem e preparados para participar da vida econômica, social e política do país e aptos a contribuir para a construção de uma sociedade mais justa. Diante disso, é necessário preparar nossos alunos para uma aprendizagem permanente, que tenha continuidade, mesmo após o término de sua vida escolar.

JUSTIFICATIVA
A compreensão de diferentes linguagens é algo fundamental no mundo contemporâneo. Nessa sociedade informacional somos diariamente bombardeados por enorme quantidade de saberes que se utilizam as mais diferentes linguagens. O uso da imagem, hoje em dia, é quase tão importante quanto o de palavras. Convivemos com um número tão grande de inovações na moderna sociedade de consumo que muitas vezes nem nos damos conta da real importância das coisas mais simples a nossa volta. Pensando nisso é que a Escola Municipal Venita Ribeiro Marques resolveu desenvolver o projeto “Ampliando Olhares: Fotografia e Educação”
Trabalhar com a fotografia é uma oportunidade de introduzir os educandos nesse universo fascinante de imagens. Fazê-lo produzir suas próprias imagens é uma maneira adequada para conduzi-lo a compreender a língua visual mais do que qualquer outra e especialmente olhar criticamente a realidade de sua comunidade, isso faz com que ele depare-se com o meio de comunicação desde a fonte primeira, isto é, a captação e produção da peça visual, pensando e refletindo sobre o que fez e dividindo tal feito com os colegas e com a comunidade escolar. Por estar localizada na zona rural a escola tem suas especificidades e é importante que o aluno compreenda suas transformações como processo histórico integrado as suas particularidades dependentes de quase todos os momentos da vida do homem rural. Simultaneamente os alunos poderão compreender a Paisagem Geográfica local, a estrutura social e econômica de sua comunidade e perceber-se como ser integrante desse meio. Andrade (2002, p.49) diz que: “Olhamos para fotografias para resgatar o passado no presente. Tiramos fotografias para nos apropriarmos do objeto que desaparecerá. Existe uma magia quando imortalizamos as pessoas e o tempo nas fotos
Assim, esse projeto justifica-se para a compreensão, acima de tudo, de como as relações sociais se estabelecem, favorecendo aos mesmos ampliar seus olhares diante daquilo que faz parte, de alguma maneira, de sua realidade e também para que ampliem seus valores e seus conhecimentos sobre a realidade externa à escola e a suas casas, passando a observar atentamente e com um caráter crítico todo o universo que os rodeia. Deste modo, a escola favorece a formação de seus alunos, na construção de saberes para uma formação ética, humana e cidadã.
OBJETIVOS GERAIS

Valorizar a cultura da nossa região, fazendo com que o aluno perceba a diversidade cultural existente;
Apontar que é dever da escola garantir aos estudantes um ensino competente, uma vez que é direito de toda criança e jovem o acesso à leitura e a produção artística;
Relacionar as artes, que no contexto trabalhado dará enfoque à fotografia, com a formação do educando, uma vez que as mesmas são inerentes ao homem, fazem parte do ser e do sentir-se humano, é patrimônio cultural da humanidade;
Analisar o papel do educador frente ao ensino e sua importância na formação do educando;

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Destacar a importância que acarreta aos nossos alunos ampliarem seus valores e seus conhecimentos sobre a realidade externa à escola e suas casas, passando a observar atentamente e com um caráter crítico todo o universo que os rodeia;
Demonstrar que uma das principais contribuições do ensino está na ampliação do repertório cultural dos alunos, por meio do conhecimento artístico, humano e social, aproximando-o do universo cultural da humanidade nas suas múltiplas representações;
Possibilitar ao aluno tanto a manifestação da sua singularidade, quanto o sentir-se participante de um grupo social, de uma cultura, no sentido mais amplo de pertencimento;

DESENVOLVIMENTO

Cada professor ficará responsável, no âmbito da sua disciplina, pela elaboração de uma parte do projeto, para que ao final de seu desenvolvimento, o qual será encerrado com uma exposição de fotografias, tenha-se trabalhado com as variadas áreas do conhecimento sobre um mesmo tema, reforçando a importância da interdisciplinaridade.
Atividades a serem desenvolvidas em cada disciplina:
Professores de História e Geografia: Resgate histórico da máquina fotográfica e a importância da fotografia no nosso contexto econômico e social; Passeio pela comunidade e região, orientando os alunos a observarem a cultura e a economia local, registrando suas pesquisas através da fotografia.
Professora de Artes: A importância da fotografia como um recurso artístico; Produção de técnicas artísticas na maquina antiga que deve ser reproduzida pelos alunos;
Professora de Língua Portuguesa: Produção das legendas das fotos; Produção de poesias, relatos e entrevistas; Pesquisa sobre a fotografia no Brasil; Exposição das fotografias e dos outros trabalhos relacionados ao tema;
Professora de Língua Estrangeira: Tradução das legendas das fotos; Pesquisa sobre a fotografia nos países de língua espanhola.
Professora de Ciências: Pesquisa sobre os materiais usados na produção das máquinas fotográficas antigas e das atuais; Montagem de uma máquina antiga; Visita a um laboratório fotográfico;
Professora de Matemática: Técnicas de ampliação e redução das fotos;
Professor de Tecnologia: Auxilio as pesquisas; Edição das fotografias.
Desta forma, a fotografia possibilita a reconstituição histórica de uma determinada sociedade, mas, também propicia o estudo das representações dessa mesma sociedade. Nesse sentido, o retrato fotográfico permite olhares distintos e se concebe através de discursos que estão intrinsecamente reportados a noção de memória do ser humano. A partir da memória, a imagem que se analisa passa a possuir significado no momento que aciona a imaginação individual e, portanto, constrói uma representação.
AVALIAÇÃO

A avaliação do projeto será processual e diagnóstica conforme o desenvolvimento das atividades e durante a culminância do projeto que acontecerá no dia 08/12/2011 com a participação de toda a comunidade.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

CIDADÃ ZÉ GERALDO

Cidadão
Zé Geraldo
Tá vendo aquele edifício moço?
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas pra ir, duas pra voltar
Hoje depois dele pronto
Olho pra cima e fico tonto
Mas me chega um cidadão
E me diz desconfiado, tu tá aí admirado
Ou tá querendo roubar?
Meu domingo tá perdido
Vou pra casa entristecido
Dá vontade de beber
E pra aumentar o meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio
Que eu ajudei a fazer
Tá vendo aquele colégio moço?
Eu também trabalhei lá
Lá eu quase me arrebento
Pus a massa fiz cimento
Ajudei a rebocar
Minha filha inocente
Vem pra mim toda contente
Pai vou me matricular
Mas me diz um cidadão
Criança de pé no chão
Aqui não pode estudar
Esta dor doeu mais forte
Por que que eu deixei o norte
Eu me pus a me dizer
Lá a seca castigava mas o pouco que eu plantava
Tinha direito a comer
Tá vendo aquela igreja moço?
Onde o padre diz amém
Pus o sino e o badalo
Enchi minha mão de calo
Lá eu trabalhei também
Lá sim valeu a pena
Tem quermesse, tem novena
E o padre me deixa entrar
Foi lá que cristo me disse
Rapaz deixe de tolice
Não se deixe amedrontar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asas
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asas
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar

PROJETO: RÁDIO NA ESCOLA PROFESSORA MÁRCIA REGINA


E. E. DR. FERNANDO CORREA DA COSTA
PROJETO RÁDIO ESCOLA
PROFª. : MÁRCIA REGINA DA SILVA WIDER


“A criança tem direito à liberdade de expressão.
Este direito compreende a liberdade de procurar,
receber e expandir informações e idéias de toda a
espécie, sem considerações de fronteiras, sob
forma oral, escrita, impressa ou artística ou por
qualquer outro meio à escolha da criança.”
ARTIGO 13º - CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DA CRIANÇA


PROBLEMÁTICA


Considerando o contexto histórico social e as dificuldades consequentes no espaço escolar, é importante que a Escola busque o envolvimento dos alunos com atividades diferenciadas que os desafie a superar os limites impostos pelo desnível social existente no nosso país. Para isso a escola precisa encontrar formas de superação que eleve a autoestima e crie mecanismos para facilitar a aprendizagem e ainda proporcionar o surgimento de lideranças positivas e produtoras.
O rádio está presente em nossa cultura há muito tempo e o hábito de ouvi- lo tem inúmeros significados. Está relacionado ao cuidado afetivo, a construção da identidade, ao desenvolvimento da imaginação, a capacidade de ouvir o outro e a de se expressar. Além disso, o programa de rádio aproxima a pessoa do universo letrado e colabora para a democratização de um de nossos mais valiosos patrimônios culturais: a língua.
Ele não é uma mídia ultrapassada como alguns podem imaginar, pelo contrário, é a mais utilizada e abrange todas as classes sociais. O desenvolvimento tecnológico tem causado profundas modificações culturais que podem trazer melhorias sociais, sobretudo quando se ampliarem as oportunidades de apreensão do saber por meio das variadas mídias existentes, dentre elas o rádio. No campo educacional, as novas tecnologias potencializam as mais remotas, integrando-se a elas e proporcionando uma democratização da produção e recepção do conhecimento e das informações.
O aumento da interatividade dos meios de comunicação exige o desenvolvimento de habilidades específicas pelos seus usuários, sobretudo no contexto educacional. Dessa forma, a implementação de uma rádio escolar tem como princípio uma educação para, sobre e na mídia. Para isso é preciso haver a gestão coletiva e democrática dos recursos, da programação e do saber-fazer, para que a rádio escolar represente a totalidade dos envolvidos na escola e contribua para o pleno exercício da cidadania.
Por isso, é importante favorecermos a familiaridade dos educandos com o rádio e a ampliação de seu repertório. Isso será possível por meio do contato regular dos mesmos com programas de cunho educativo facilitando sua participação em situações diversas de comunicação. Sabe-se que os professores são os principais agentes na promoção dessa prática – e a escola, o principal espaço para isso.
A E.E.Dr. Fernando Correa da Costa espera com este projeto construir espaços alternativos na escola e na comunidade que viabilizem ações de superação e crescimento no cotidiano escolar.








Justificativa

Nos dias de hoje já não se pode continuar pensando em uma escola encerrada entre quatro paredes e refletir sobre comunicação e educação é refletir sobre a sociedade globalizada. Ao contrário do que muitos pensam, globalização não é um fenômeno recente. Suas sementes germinaram com a expansão do comércio no último período da Idade Média e início do período moderno. Anteriormente, quase todo comércio era local. Com as tecnologias ocorreram diversas transformações, principalmente nas últimas décadas.
Atualmente, são possíveis realizações que há 40, 50 anos faziam parte apenas da nossa fantasia, do mundo da ficção, como a comunicação telefônica entre continentes, caixas automáticos, pagamentos eletrônicos, pesquisas on-line, bibliotecas virtuais, etc. No século 19, as redes de comunicação foram organizadas em escala global. Entretanto, é no século 20 que a globalização adquire força e amplitude internacional.
A internacionalização das mídias nos torna “cidadãos do mundo”. Diuturnamente, recebemos em casa saberes e informações, palavras e imagens, entretenimento e idéias dos pontos mais distantes do planeta trazidos pelas tecnologias do rádio, televisão,
internet, TV a cabo, etc.).
Os personagens que se apresentam nos filmes e nos programas de televisão se tornam pontos de referência comuns para milhões de indivíduos que podem nunca interagir um com o outro, mas que partilham, em virtude de sua participação numa cultura mediada, de uma experiência comum e de uma memória coletiva (THOMPSON, 1995, p. 219).

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9.394/86, as Diretrizes Curriculares e os Novos Parâmetros Curriculares Nacionais incluem os meios de comunicação social no espaço escolar, propondo ao educador trabalhá-los interdisciplinarmente. Algumas escolas brasileiras, já nas décadas de 80 e 90, usavam a rádio na sala de aula, trabalhando a linguagem, a leitura crítica e a produção de programação radiofônica pelos alunos.

.
É indispensável que a escola repense o trabalho com a rádio, por ser um veículo de fácil acesso e utilizado pela grande maioria das pessoas. A rádio, na escola, leva o aluno a desenvolver a
reflexão sobre a linguagem e a programação radiofônica, principalmente se ele é emissor e receptor. Analisando todo o processo da produção, o educando poderá compreender também a linguagem e o processo de bens simbólicos.
Em virtude de a produção envolver sempre mais conhecimento do que a mera percepção, parece provável que, uma vez que as crianças tenham tido experiência como produtoras, elas serão consumidoras mais exigentes (GREENFIELD, 1988, p.144).
Para que a rádio desempenhe papel educativo, é preciso que educador e educando conheçam e dominem a linguagem e a produção radiofônica, o que os levará a compreender a função desse meio e sua atuação na sociedade contemporânea.




Objetivo Geral

- Instalar a rádio restrita na escola, tendo como princípio promover a integração entre corpo docente, discente, administrativos,pais, APM e Colegiado Escolar, criando um espaço de prazer e conhecimento no horário de recreio, em reuniões ou eventos promovidos pela unidade de ensino.


Objetivos específicos

- Ampliar o universo conceitual e o vocabulário dos alunos;
- Valorizar os aspectos positivos da programação radiofônica, aplicando- os em sala de aula;
- Desenvolver a percepção auditiva, a concentração, a linguagem e a imaginação dos discentes;
- Promover a comunicação no âmbito escolar de forma aberta e transparente;
- Divulgar atividades, eventos, etc. a todos os frequentadores da Escola;
- Divertir a todos com anedotas, piadas e músicas alegres, dançantes, com letras interessantes;
- Permitir o conhecimento das atividades da Escola sem a necessidade de envio de correspondência ou recado nas salas de aula;
- Formar sujeitos conscientes do papel da comunicação e da liberdade de expressão.
- Desenvolver a expressão oral do aluno, aprimorando sua fala em público e a partir disso vencer o medo em busca da elevação da autoestima;
- Promover a descoberta de novos talentos, socializando no grupo escolar as novas habilidades um do outro e incentivando outros;
- Proporcionar, conhecer e utilizar novas tecnologias, ao mesmo tempo incentivar a valorização das já existentes;
- Despertar nos alunos a consciência critica das informações recebidas;
- Estimular a imaginação e a criatividade do público envolvido, despertando para novas idéias;
- Possibilitar a vivência da estimulação do conhecimento no concreto, favorecendo a interdisciplinaridade;
- Promover o exercício da cidadania a partir da discussão de temas, exposição de pensamentos e criticas;
-Sensibilizar os alunos para o uso da língua estrangeira que estão aprendendo na escola;
- Produzir textos de diferentes gêneros para leitura e divulgação nos horários de funcionamento da rádio.









Metodologia

- Eleição da equipe de profissionais que trabalharão no projeto;
- Aprovação do Projeto pela Equipe Escolar;
- Divulgação do Projeto na escola e na comunidade;
- Busca de pessoas com experiência nessa área para orientar a instalação da rádio;
- Realização de palestra a ser proferida para equipe de execução do projeto, por pessoas especializadas na área radiofônica, para implementação de ações culturais e educacionais com o uso da rádio;
- Realização de levantamento sobre os materiais necessários para implantar a rádio escola;
- Realização de pequenas gravações para que todos compreendam o sistema;
- Definição do local de instalação dos equipamentos radiofônicos;
- Instalação da rádio e compra dos equipamentos necessários para um bom funcionamento;
- Definição, em conjunto, dos objetivos e ações voltados para as necessidades pedagógicas;
- Inscrição e seleção dos voluntários e definição do seu papel no Projeto;
- Estabelecimento de um cronograma em que se definem as ações culturais e educacionais e os papéis de todas as pessoas que participarão do projeto para que todos possam partilhar dessas informações e estreitar os laços, diretores, coordenadores, professores e as equipes;
- Escolha da turma responsável por cada período através de sorteio;
- Organização da equipe responsável pelos programas com 8 membros, distribuídos nas
seguintes funções: 2 monitores, 2 locutores, 1 DJ e 3 repórteres.Selecionados por turma e encarregados da programação semanal. Os alunos escolherão os temas a serem discutidos, levantarão as entrevistas, escolherão as músicas, as vinhetas e o nome do programa;
- Determinação de dia e hora para a reunião da equipe responsável pela programação;
- Os programas serão organizados por escrito, prevendo os tempos, as seqüências e as gravações em CDs de áudio, durante as reuniões da equipe;
- Cada programa diário terá o tempo de duração de 10 minutos (5 minutos para falas e 5 minutos para música);
- Definição do gênero do programa: jornalístico, musical, entretenimento, radionovela, variedades, entrevistas, informativo;
- A gravação dos programas semanais será determinada pela equipe responsável. Participarão destas apenas os alunos e o professor coordenador da equipe daquela semana;
- Os programas irão ao ar sempre na semana seguinte, durante os intervalos de aula (recreio), das segundas às sextas-feiras, em todos os turnos de funcionamento da escola;
- Montagem e gravação de vinhetas com fundo musical;
- Seleção de músicas com musicalidade e letra condizente com ambiente educacional.
- Análise das informações de todos os setores da Escola para divulgar dias e horários onde serão executadas;
- Realização de reunião com a Direção, Equipe Pedagógica e Professores para ouvir opiniões,avaliar e reorganizar o Projeto de instalação da rádio escola;
- Análise bimestral em assembleia do impacto e do alcance do projeto a fim de melhorar a cada programa.





Público alvo:

- Toda comunidade escolar.

Funcionamento


O funcionamento da rádio será apenas no intervalo das aulas, 10 minutos de duração.

EQUIPE DE TRABALHO
O projeto rádioescola será desenvolvido de maneira interdisciplinar e contará com o apoio de todo corpo doscente e administrativo da escola, cabendo a cada área e disciplina as seguintes tarefas:
MATEMÁTICA- Levantamento de dados, sempre que solicitado pela equipe de programação; Elaboração de gráficos dos dados levantados; Realização de pegadinhas voltadas para matemática;
LÍNGUA PORTUGUESA- pesquisas; roteiro de entrevistas; produção e leitura de textos de diferentes gêneros: anedotas, notícias, entrevistas, artigos de opinião e científico, editoriais, fábulas, contos, poesias...; análise crítica do conteúdo musical executado no Brasil; elaboração da pauta de programação, boletim informativo e projeto descritivo dos programas semanais; apresentação de rádio novela;
CIÊNCIAS- Dicas de saúde, beleza, cuidados, higiene; curiosidades científicas; serviços de utilidade pública; divulgação de campanhas: vacinação, combate a dengue, aids, dst,tabagismo,uso de drogas...
HISTÓRIA- história do rádio; relato crítico dos últimos acontecimentos históricos do país e do mundo;
GEOGRAFIA- exploração dos fenômenos meteorológicos que assolam o país e suas causas e consequências; previsão do clima e do tempo;
EDUCAÇÃO FÍSICA- noticiários esportivos; incentivos a prática de esportes como prevenção de doenças e lazer;
LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA- INGLÊS- tradução de letras de músicas e pronúncia de palavras da língua inglesa;
ARTES- dicas culturais; biografias de artistas; encenação de anedotas, rádio-novela.

AVALIAÇÃO
A avaliação do projeto acontecerá durante as reuniões com os componentes do grupo e os educadores, devendo ser apontados os pontos positivos e negativos, objetivando corrigir falhas, por meio de diálogo e no respeito mútuo e pelo acompanhamento do uso do rádio de forma adequada tornando público o trabalho educacional efetivamente realizado na unidade de ensino.

PROJETO A IMPORTÂNCIA DA POESIA NO PRAZER DA LEITURA


ESCOLA MUNICIPAL ADROALDO DA CRUZ









A IMPORTANCIA DA POESIA NO PRAZER DA LEITURA

Diretora: Rosa Alves
Coordenador: Arize Antoniel F. da Silva, Professores: Camila da Silva Siqueira, Marcilene Borges Riquelme




ARAL MOREIRA – MS

JUSTIFICATIVA


Através desse projeto teremos em mente a função da leitura, que é de formar cidadãos críticos, assegurando ao estudante o conhecimento sistematizado, mediante ao lúdico encantador das poesias.
A leitura é uma prática social que envolve atitudes, gestos, habilidades que são mobilizados pelo educador ( ou leitor), tanto no ato de leitura propriamente dito, como no que anteceder a leitura e no que decorre dela.
É fundamental que os nossos alunos vivenciem diversas situações de leitura. Nesse sentido, a leitura deve fazer parte desse projeto pedagógico da escola envolvendo toda a comunidade escolar, e ser a nossa prioridade número 1.
A poesia para encantar precisa ser organizada de forma lúdica e sonhadora como propósito de construir um espaço favorável a plena formação do estudante, onde cada um saberá respeitar, valorizar, amar e compreender a leitura.
A sonoridade e a musicalidade próprias dos textos poéticos são agradavelmente percebidas pelos alunos no ato de uma expressiva leitura, o que mostra que esse é um gênero que há leitura oral, individual ou em coro.
A leitura é parte integrante da vida diária. Seu domínio significa o acesso aos bens culturais, os descerramentos de outros mundos e o desencadear de um processo de democratização do saber.
Para Martins (1991,p.66), a leitura é uma experiência individual sem demarcações de limites, que não depende somente da decifração de sinais gráficos, mas de todo o contexto ligado á experiência de vida de cada ser. “A Leitura é um processo de compreensão de expressões formais e simbólicos, não importando por meio de que linguagem.

DESENVOLVIMENTO

• Desenvolvimento de competências de leitura além da superfície do texto, que ultrapassem as idéias ali postas e vinculadas;
• Promoção de desafios cognitivos que provoquem, alterem e impulsionem o desenvolvimento.
• Formação o leitor – pelo prazer do texto- capaz de perceber a graça, o humor, o trocadilho, a sugestão, a quebra de clichês intertextualidade, a riqueza da língua em suas múltiplas possibilidades;
• Narração dos fatos mais interessante de uma história lida;
• Ler para os colegas;
• Localização de informações explícitas em um texto;
• Identificar finalidade e características dos textos de diferentes gêneros;
• Explicarão como ritmo, rima ou forma contribui para o significado de um poema;
• Os alunos precisam ler muitas poesias, para apurar a sensibilizar e o senso crítico;
• Os alunos devem sentir livres para buscar associações incomuns entre as idéias;
• Despertará por meio da leitura de alguns poemas a imaginação nos ouvintes, pois com esse estímulo eles vão entender que vale a pena esforçar-se para obter as informações de maneira prazerosa e divertida.

OBJETIVO GERAL
 Trabalhar formas de como direcionar a leitura, e em determinado momento usar outros tipos de fala;
 Desenvolvimento capacidade, conhecimentos, atitudes favorável a leitura;
 Participar das interações de leitura total com o grupo.

OBJETIVOS ESPECIFICOS
 Saber usar objetivos de leitura presentes na cultura escolar identificar o gênero poesia;
 Desenvolver capacidade especifica para leitura;
 Conhecer os usos e funções sociais de leitura;
 Desenvolvimento da oralidade;
 Construir compreensão global da poesia lida, unificando o inter-relacionamento informações explicita e implícitas;
 Leitura integral ( Leitura seqüenciada e extensiva de um texto)
 Ler oralmente para apresentar um texto em audiência ( Saral e seminário).

TEMAS TRANVERSAIS
ETICA: Dialogo, respeito mutuo, responsabilidade, cooperação, organização, solidariedade, trabalho coletivo, compartilhar descobertas.
PLURALIDADE CULTURAL:
 Educação, diferentes formas de transmissão de conhecimentos: Praticas educativas e educadores nas diferentes culturas.
 Cidadania: direitos e deveres individual e coletivo
 Literatura e tradição: línguas, dialetos, variantes e variação lingüística.
RECURSOS
 Livros e poemas diversos.
 Folhas para escritas de poemas e desenho.
 Maquina fotográfica para registros dos alunos desenvolvendo a leitura e produzindo poemas.
 Cartolina, papel cartão, papel pardo para cartazes.
 Lápis, caneta colorida, tintas, pinceis para desenhos, e anotações.
 TiCs ( computador para digitar os poemas criados e para pesquisar sobre as variedades da poesia).
 Multimídia ( Datashow/ Notebook).
AVALIACAO
Verificar se o educando utiliza diferentes estratégias de leitura adequada ao gênero textual ( Poesia) e ao suporte em que a leitura e veinculada bem como se utiliza conhecimentos sobre diferentes gêneros de texto para localizar informações.
A leitura deve ser avaliada progressivamente, devendo se considerar a participação individual do aluno, a sua exposição de idéias de modo claro, a influencia de sua fala e a participação organizada

PROJETO FOLCLORE



PREFEITURA MUNICIPAL DE ARAL MOREIRA
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO, ESPORTE, CULTURA E LAZER.
Escola Maria de Lourdes Fragelli
Projeto folclore
Período de realização: Agosto de 2011
Projeto gestar: Lucélia Oliveira Lopes/Carmem Viviane Serzosimo Quinzani
Publico alvo: 6º ao 9º ano
JUSTIFICATIVA

Considerando o desenvolvimento integral das crianças, dentro de um ambiente com propostas lúdicas e de cunho educativo, pois a cultura de um povo é um bem precioso que deve ser cultivado. Assim é a melhor maneira de evidenciar o folclore para os alunos e fazer com que permaneça vivo nas gerações futuras. O saber popular busca assim, ampliar o conhecimento, a compreensão e análise das conquistas dessa cultura e seus diversos determinantes, além da importância de se preservar as tradições de um povo.
Objetivo geral
Resgatar, vivenciar e valorizar as manifestações da cultura popular brasileira: conhecer a importância do folclore para as crianças e comunidade, envolver a família e as pessoas mais antigas do lugar nas manifestações folclóricas da escola.
Objetivos específicos
Favorecer a integração total do grupo;
Desenvolver expressão artística corporal;
Refletir a importância do folclore novos valores familiares;
Reconhecer e valorizar o artesanato regional;
Conhecer a importância de medicina natural;
Socializar os conhecimentos da comunidade local, das trocas de idéias e experiências;
Reconhecer e resgatar algumas lendas;
Procedimentos
No primeiro momento, pode-se trabalhar a identidade e autonomia, fazendo uma investigação com os alunos sobre os conhecimentos preexistentes sobre o assunto através de rodas de conversas e explicar o que é Folclore.
Língua Portuguesa
Exposição do tema folclore para a turma, salientando a importância e sua riqueza na identidade de cada comunidade;
Desenvolvimento e apresentação de trabalhos artísticos corporais para a comunidade suas origens e figurinos (teatro, canto, dança);
Pesquisa sobre apelidos, trava-linguas, parlendas, adivinhações folclóricas, brinquedos e brincadeiras, canções de ninar, lendas medicina popular, provérbios, crendices, mitos, superstições, assombrações etc., fantoche de dedos etc.
Pesquisas sobre receitas medicinais e comidas típicas;
Confecção de brinquedos folclóricos (cavalo de pau, peteca, boneca de pano, papagaio, bola de meia, marionetes, perna de pau, pés de lata, fantoche de dedos etc.).
Pesquisa sobre frases em pára-choques de caminhões.
Confecção de murais para exposição dos trabalhos desenvolvidos;
Leitura de contos, lendas e fabulas;
Varal folclórico ilustrado pelos alunos;
Confecção de livro de receitas, calendário, lendas e mitos;
Produção das historias lidas ou ouvidas, oralmente ou por escrito;
Realização de concurso de trovas;
Criação de trava-linguas;
Teatro de: lendas e mitos;
Releitura e criação de cenas do folclore brasileiro, utilizando recursos não verbais: pintura, colagem individual ou em grupos.
Geografia – historia
Confecção de cartazes, painéis das regiões brasileiras com trajes típicos, com instrumentos e danças, culinária características, cultos dominantes de origem folclórica, lendas e mitos principais, brincadeiras e jogos, musicas folclóricas;
Seleção e levantamento do material folclórico brasileiro de origens indígenas;
Identificar as características e os costumes de algumas regiões e lugares do Brasil (comidas típicas, lendas regionais, trajes, etc.).
Educação Física
Coreografia de musicas e danças folclóricas das diversas regiões brasileiras.
Reviver as brincadeiras à moda antiga: barra-manteiga, queimada, pular elástico, pega-pega.

Jogos motores;
Matemática
Criação de problemas envolvendo brincadeira, que exijam bom raciocínio.
Gráficos;
Ciências
Levantamento dos nomes de chás, pomadas, simpatias e outros remédios de fabricação caseira e a maneira de prepará-los;
Discussão sobre medicina popular, listagem dos nomes de ervas naturais e possíveis efeitos sobre as enfermidades;
Artes
Oficinas de artesanato, dobraduras e sucatas;
Quebra cabeça sobre personagens e lendas;
Modelagem com massinha ou argila.
Jogo da memória;
Mascaras
Montagem de brinquedos;
Painéis;
Sala de tecnologia
Pesquisa sobre folclore brasileiro.
Jogos matemáticos;
Espanhol
Pesquisa sobre folclore Paraguaio;
Avaliação
A avaliação devera ser processual e diagnostica conforme o desenvolvimento das atividades em sala e durante a culminância do projeto será no dia 6 de setembro de 2011.
Culminância
Apresentação dos trabalhos confeccionados através de exposição, lendas, poemas, adivinhas, parlendas, dramatização, dança, cantigas de roda e brincadeiras folclóricas. Degustação de pratos típicos.

Anexos
Fotos durante o desenvolvimento do Projeto














Relatório

O presente relatório visa descrever as atividades desenvolvidas com a turma do sexto ano da Escola Municipal Maria de Lourdes Fragelli.
Iniciei o projeto lendo algumas lendas folclóricas e mitos, os alunos se entusiasmaram e começaram a pesquisar mitos, lendas e personagens em casa. Depois partimos para a pesquisa centralizada onde cada aluno escolheu seu personagem e produziu sua própria lenda, onde ele colocava a característica do personagem local do acontecimento e região.
Depois dos alunos já terem lido bastante sobre os personagens os alunos compreenderam o significado do folclore e a sua importância nos dias de hoje.

Assim, o projeto finalizou com a pesquisa de receitas típicas onde os alunos montaram um calendário, utilizam a sala de tecnologia, os seus trabalhos prontos,
Como professora me sinteo muito satisfeita, pois nós educadores sabemos o quanto é difícil trabalhar projetos na sala de aula, mas com certeza o trabalho com projetos é excelente e com cada tema um viver diferente, um conhecimento diferente e um aprendizado diferente. Só tenho a agradecer as pessoas que me ajudaram na conclusão do nosso projeto, pois procuro envolver toda a comunidade escolar. E também aos os pais e os meus queridos alunos que fizeram desse projeto um aprendizado grandioso.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

AH! OS RELÓGIOS


Amigos, não consultem os relógios
quando um dia eu me for de vossas vida
sem seus fúteis problemas tão perdidas
que até parecem mais uns necrológios...
.
Porque o tempo é uma invenção da morte:
não o conhece a vida - a verdadeira -
em que basta um momento de poesia
para nos dar a eternidade inteira.
.
Inteira, sim, porque essa vida eterna
somente por si mesma é dividida:
não cabe, a cada qual, uma porção..
. .
E os Anjos entreolham-se espantados
.quando alguém - ao voltar a si da vida -
acaso lhes indaga que horas são....
Mario Quintana

sábado, 28 de maio de 2011

O PAPEL DO EDUCADOR NO LETRAMENTO COMO “PROFESSOR-LETRADOR”

Paulo Freire afirma que para o educador, o ato de aprender “é construir, reconstruir, constatar para mudar, o que não se faz sem abertura ao risco e à aventura do espírito”. Esta constatação não está relacionada somente ao educando, pois sabemos que o educador tem que estar sempre adquirindo novos aprendizados, lançando-se a novos saberes, e isto, resulta em mudanças de vários aspectos, como também, gera o enriquecimento tanto para o educador quanto para o educando, que com certeza lucrará com esse desenvolvimento. Então, necessário é que o educador atente-se para aquilo que é sumariamente importante na sua formação, ou seja, “o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática”, e, “quanto mais inquieta for uma pedagogia, mais crítica ela se tornará” (FREIRE, 1990). O mesmo afirma que a pedagogia se tornará crítica
se for investigativa e menos certa de certezas, pois o ato de educar não é uma doação de conhecimento do professor aos educandos, nem transmissão de idéias, mesmo que estas sejam consideradas muito boas. Ao contrário, é uma contribuição no “processo de humanização”.
Processo este de fundamental papel no exercício de educador que acredita na construção de
saberes e de conhecimentos para o desenvolvimento humano, e que para isso se torna um instrumento de cooperação para o crescimento dos seus educandos, levando-os a criar seus
próprios conceitos e conhecimento.
O profissional de educação deve ser capaz de fazer sua interferência na realidade, o que
certamente, gerará novos conhecimentos, e isto, é bem mais elevado do que simplesmente se enquadrar na mesma. Já mencionamos por várias vezes que o letramento é um fenômeno social; logo, essa intervenção que se faz necessária pode ser proporcionada por ele.
O letramento não está restrito ao sistema escolar, mas vamos neste trabalho nos ater nesse meio por considerar que cabe à escola, fundamentalmente, levar os seus educandos a um processo mais profundo nas práticas sociais que envolvem a leitura e a escrita. Saber ler e escrever um montante de palavras não é o bastante para capacitar o indivíduo para a leitura diversificada, neste ponto entendemos que surge a necessidade de se letrar os sujeitos envolvidos no processo de aprendizagem.
Para o educador se tornar um “professor-letrador” necessário se faz que, primeiramente, obtenha informações a respeito do tema, as suas dimensões e, sobretudo, a sua aplicação. Essa última é desenvolvida através de pesquisas e investigação, que geram subsídios-suportes.
Entretanto, medrar subsídios para educadores é uma tarefa difícil de ser exercida, pois sabemos
que alguns desses profissionais, num determinado momento, se colocam em uma posição quase inatingível, completos de suas certezas. Porém, se há mutações contínuas na sociedade contemporânea, e essas refletem em todos os setores, inclusive na escola, é lógico que a cristalização dos saberes do educador é um equívoco, pois o conhecimento nunca se completa, ou se finda, e o letramento é um exemplo claro disso.
Reconhecidamente, enfatizamos a importância da aplicação, ou a prática do letramento por parte do professor, e em análise, ainda não finalizada, destacamos alguns passos fundamentais para o desempenho do papel do “professor-letrador”: investigar as práticas sociais que fazem parte do cotidiano do aluno, adequando-as à sala de aula e aos conteúdos a serem trabalhados; planejar suas ações visando ensinar para que serve a linguagem escrita e como o aluno poderá utilizá-la; desenvolver no aluno, através da leitura, interpretação e produção de diferentes gêneros de textos, habilidades de leitura e escrita que funcionem dentro da sociedade; incentivar o aluno a praticar socialmente a leitura e a escrita, de forma criativa, descobridora, crítica, autônoma e ativa, já que a linguagem é interação e, como tal, requer a participação transformadora dos sujeitos sociais que a utilizam;
recognição, por parte do professor, implicando assim o reconhecimento daquilo que o
educando já possui de conhecimento empírico, e respeitar, acima de tudo,
esse conhecimento; não ser julgativo, mas desenvolver uma metodologia avaliativa com certa sensibilidade, atentando-se para a pluralidade de vozes, a variedade de discursos e linguagens diferentes; avaliar de forma individual, levando em consideração as peculiaridades de cada indivíduo; trabalhar a percepção de seu próprio valor e promover a auto-estima e a alegria de
conviver e cooperar; ativar mais do que o intelecto em um ambiente de aprendizagem, ser professor-aprendiz tanto quanto os seus educandos; e reconhecer a importância do letramento, e abandonar os métodos de aprendizado repetitivo, baseados na descontextualização.
Contudo, as insuficiências do sistema escolar na formação de indivíduos absolutamente letrados não sucedem somente pelo fato de o “professor não ser um representante pleno da cultura letrada, nem das falhas num currículo que não instrumentaliza o professor para o ensino”
(KLEIMAN, 1995: 47), pois essas falhas são mais enraizadas, porque são produtos do
modelo imposto pelo sistema padrão de ensino.
Quando nos dermos conta de que o processo natural de desenvolvimento do ser humano é massacrado pela escola, e por suas equivocadas práticas de ensino, seremos aptos a promover o letramento.
Na intenção de compreender os caminhos percorridos (ou perdidos) para a transformação da escolarização, e analisando especificamente o recorte investigado neste trabalho, somos levados
a considerar a hipótese de que o despreparo e desinformação dos profissionais e, ainda, os acadêmicos da área de educação promovem a distância entre a assimilação prática e conceitual do letramento।




sexta-feira, 27 de maio de 2011

sexta-feira, 13 de maio de 2011

7ª OFICINA TRABALHANDO COM A SEQUÊNCIA DIDÁTICA NA PRODUÇÃO DE TEXTOS

Na 7ª oficina pelo fato de ser livre, escolhemos como tema, o trabalho com sequência didáticas, que são um conjunto de atividades ligadas entre si, planejadas para ensinar um conteúdo, etapa por etapa. Organizadas de acordo com os objetivos que o professor quer alcançar para a aprendizagem de seus alunos, elas envolvem atividades de aprendizagem e avaliação. Podem e devem ser usadas em qualquer disciplina ou conteúdo, pois auxiliam o professor a organizar o trabalho na sala de aula de forma gradual, partindo de níveis de conhecimento que os alunos já dominam para chegar aos níveis que eles precisam dominar. Foi interessante que neste momento os professores perceberam que muitas vezes eles deixaram de oportunizar seus alunos a sistematizarem seus conhecimentos á respeito, da estrutura gênero, sua funcionalidade, o suporte nos quais são encontrados, passando logo para a produção do mesmo, e o que é pior, já considerando essa primeira produção como produto de avaliação. Essa reflexão foi muito importante no sentido de perceber que nossos alunos precisam construir uma representação da situação de comunicação e da atividade de linguagem a ser executada. E que a produção inicial representa o momento em que o professor realiza um diagnóstico ou uma primeira produção oral/escrita do gênero com a finalidade de se observar aquilo que os alunos dominam ou não em relação àquele gênero. Na sequência realizamos uma oficina onde em dupla, os professores planejaram uma sequência didática para se trabalhar contos. Nesse momento apresentei vários modelos de sequência dos mais diversos gêneros. Foi um encontro muito proveitoso.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Pela luz dos olhos teus

Quando a luz dos olhos meus
E a luz dos olhos teus
Resolvem se encontrar
Ai que bom que isso é meu Deus
Que frio que me dá o encontro desse olhar
Mas se a luz dos olhos teus
Resiste aos olhos meus só p'ra me provocar
Meu amor, juro por Deus me sinto incendiar
Meu amor, juro por Deus
Que a luz dos olhos meus já não pode esperar
Quero a luz dos olhos meus
Na luz dos olhos teus sem mais lará-lará
Pela luz dos olhos teus
Eu acho meu amor que só se pode achar
Que a luz dos olhos meus precisa se casar.

Vinícius de Moraes

quinta-feira, 5 de maio de 2011

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Mundo Pequeno


Mundo Pequeno

I
O mundo meu é pequeno, Senhor.
Tem um rio e um pouco de árvores.
Nossa casa foi feita de costas para o rio.
Formigas recortam roseiras da avó.
Nos fundos do quintal há um menino e suas latas
maravilhosas.
Todas as coisas deste lugar já estão comprometidas
com aves.
Aqui, se o horizonte enrubesce um pouco, os
besouros pensam que estão no incêndio.
Quando o rio está começando um peixe,
Ele me coisa
Ele me rã
Ele me árvore.
De tarde um velho tocará sua flauta para inverter
os ocasos.

II
Conheço de palma os dementes de rio.
Fui amigo do Bugre Felisdônio, de Ignácio Rayzama
e de Rogaciano.
Todos catavam pregos na beira do rio para enfiar
no horizonte.
Um dia encontrei Felisdônio comendo papel nas ruas
de Corumbá.
Me disse que as coisas que não existem são mais
bonitas.
Manoel de Barros

sábado, 30 de abril de 2011

Tipologia textual x gênero textual

Tipologia textual x gênero textual

Para Marcuschi, Tipologia Textual é um termo que deve ser usado para designar uma espécie de seqüência teoricamente definida pela natureza lingüística de sua composição. Em geral, os tipos textuais abrangem as categorias narração, argumentação, exposição, descrição e injunção (Swales, 1990; Adam, 1990; Bronckart, 1999).Segundo ele, o termo Tipologia Textual é usado para designar uma espécie de seqüência teoricamente definida pela natureza lingüística de sua composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas) (p. 22).

Gênero Textual é definido pelo autor como uma noção vaga para os textos materializados encontrados no dia-a-dia e que apresentam características sócio-comunicativas definidas pelos conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição característica.

Nar­ra­ti­vos

Ten­dem a ser enun­ci­a­dos com ver­bos de mudança no pas­sado, um cir­cuns­tan­cial de tempo e lugar. Nor­mal­mente sã desig­na­dos como enun­ci­a­dos de ação. O ele­mento cen­tral é a sequên­cia temporal.

Des­cri­ti­vos

Estru­tura sim­ples com um verbo está­tico no pre­sente ou imper­feito, um com­ple­mento e uma indi­ca­ção cir­cuns­tan­cial. Pre­do­mi­nam as sequên­cias de localização.

Expo­si­ti­vos

Ser­vem para iden­ti­fi­car ou ligar fenô­me­nos, atra­vés de pro­ces­sos de com­po­si­ção ou decom­po­si­ção. É comum que o sujeito e o com­ple­mento esta­be­le­çam entre si uma rela­ção de parte-todo. São sequên­cias ana­lí­ti­cas ou expli­ci­ta­mente explicativas.

Argu­men­ta­ti­vos

Trata-se de um enun­ci­ado de atri­bui­ção de qua­li­da­des ou valo­res. Há um claro pre­do­mí­nio de sequên­cias tex­tu­ais con­tras­ti­vas explí­ci­tas e de cri­a­ção de con­cei­tos a par­tir do pró­prio dis­curso com o obje­tivo de per­su­a­dir o interlocutor.

Injun­ti­vos

São enun­ci­a­dos inci­ta­do­res à ação. Nota-se cla­ra­mente sua fun­ção ape­la­tiva, uma vez que tende a pos­suir sequên­cias com ver­bos no imperativo.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

6ª OFICINA TP 3 UNIDADE 11 E 12

Iniciamos nossos encontro com uma linda mensagem chamada Canção dos Homens que descreve os costumes de uma tribo africana desde o seu nascimento até sua morte. Como os objetivos da oficina eram refletir sobre a organização lingüística das tipologias textuais e observar a inter-relação entre gêneros e tipos textuais lemos um texto de Marcuschi no qual fica explicito a diferença entre um e outro. No primeiro momento da oficina foram discutidos os temas da TP e percebi que algumas colegas ainda apresentam dúvidas sobre a distinção entre gênero e tipo textual. No entanto, outras disseram que o material do Gestar é de fácil compreensão e que já sentiram uma mudança em suas abordagem sobre gêneros na sala de aula. Os professores elaboraram em grupo atividades relacionada às unidades finais do Tp3. Em seguida foi realizada discussão, reflexões e sugestões acerca dos relatórios elaborados pelos cursitas sobre os dois avançando na pratica das unidades 9 e 10 da Tp3. Cada um após a leitura de seus relatórios expôs seus resultados obtidos, tanto positivos quanto negativos durante o desenvolvimento do seu trabalho com seus discentes. Lemos o texto “o salário mínimo” de Jô soares para a realização desta oficina, foi feita uma leitura em conjunto dos itens abordados. O trabalho foi desenvolvido da seguinte maneira: o grupo analisou o texto, chegando à conclusão que é uma crônica mostrando argumentos que os fizeram chegar a tal conclusão.Após estas análises, concluímos que apesar das dificuldades encontradas, as atividades propostas do avançado na pratica e a oficina, possibilitam e facilitam ao educador em trabalhar tipos textuais e inter-relação entre gêneros. E o retorno disso tudo e para o decente, que deve receber uma formação de qualidade. Portanto que o professor, realize um bom trabalho, e necessário que ele amplie seus conhecimentos. Logo em seguida cada professor escolheu um avançando na prática que seria trabalhado em sua turma, como o tema Bullyng é um tema muito pertinente no interior da escola sugeri que fizessem com uma turma o avançando na prática da página 172 onde pode ser trabalhado a transposição de gênero com o tema.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

No Botequim – Jô Soares

Freguês — Garçom, por favor. Eu quero um café com leite com uma rosquinha.
Garçom — O senhor vai me desculpar, mas não tem mais rosquinha.
Freguês — Ah? Não faz mal. Então me dá só um cafezinho simples. Isso. Só um cafezinho. Com uma rosquinha.
Garçom — Eu acho que não me expliquei direito. Eu falei pro senhor que não tem mais rosquinha. Acabou toda a rosquinha,
Freguês — Ah, bom. Se é assim, muda tudo. Então me traz um copo de leite. Leite tem? Beleza. Me traz um copo de leite. Com uma rosquinha.
Garçom — Eu disse que não tem mais rosquinha! Torrada tem, rosquinha não tem! Há três anos que não tem rosquinha!
Freguês — O senhor também não precisa ficar nervoso. Não tem, não tem. Eu peço outra coisa. Qualquer coisa. Eu não sou difícil de comer. Eu tomo o que o senhor quiser. Chocolate, chá. Sei lá. Chá o senhor tem? Então taí. Traz um chazinho. Com uma rosquinha.
Garçom — Eu já disse que eu não tenho rosquinha! Faz o seguinte. Vai em outro boteco. Não me enlouquece. Vai em outro boteco!
Freguês — Não, pode deixar. Vamos mudar. Em vez disso, me dá uma coisa que alimente mais. Uma coalhada. Coalhada tem?
Garçom — Tem.
Freguês — Tem mesmo?
Garçom — Tem.
Freguês — Vê lá, hein? Não vai me fazer mudar o pedido de novo.
Garçom — Eu já disse que tem!
Freguês — Ótimo. Uma coalhada. Mas não esquece da rosquinha.
Garçom — O senhor é maluco, é? Não tem rosquinha! Não tem rosquinha!!
Freguês — Tá bom, tá bom. Não precisa gritar. Traz só a rosquinha.
Outro Freguês — Escuta aqui. O senhor quer enlouquecer o garçom, é? Há dez minutos que eu estou ouvindo esse papo e eu não sei como ele está agüentando! Olha, não liga pra esse maluco não. Traz logo a rosquinha dele e pronto.

SONETOS- ALUNOS DO GESTAR II

O amor é o nascer do sol na madrugada,
É uma fogueira;
O amor é vida que se vive,
É uma luz que ilumina a alvorada.

É o sol que aparece com sua delicadeza
É a estrela que enfeita a noite.
É o mar com suas ondas;
É a natureza com sua beleza.

O amor é uma nuvem que faz chover;
É uma semente,
É um tesouro que ninguém pode ver.

O amor é um pássaro raro
É uma procura arriscada
Por um diamante caro.
(Guilherme Daniel Matoso Maciel)

Semente
(Marineis Ronche Lemes)
O amor é uma semente,
Que plantada nasce como sonho
E regada cresce com carinho,
Mas só quem vive o sente.

É uma semente que sem querer ela aparece,
Quando você menos espera ela cresce,
Em um coração, sem rancor e angustia;
É lá, em um coração de esperança que ela cresce.

Como saber que essa semente
Não iria nos fazer chorar?
É como um calendário que vive em nossa mente.

Essa semente é um querer em um sonhar;
É um sorriso em espera;
É o amor e um cantar.
(Marineis Ronche Lemes)
O Amor
(Wesle Chiodelli)
O amor existe no coração
Das pessoas apaixonadas,
Das famílias e dos amigos;
É uma grande fonte de emoção.

Amar é uma emoção
pura e muito forte;
É a chama entre os corações,
É o calor humano da paixão

O amor nasce no coração
das pessoas mais sensiveis,
que por ele tem grande admiração.

O carinho que trago no peito
É um sentimento fiel e sincero,
Que por alguém especial já foi feito




Alunos do 9º ano do Ensino Fundamental da Escola
Pólo Municipal Venita Ribeiro Marques.
Guilherme Daniel Matoso, Jéssica Miranda, Marineis
Lemes, Wesle Chiodelli.
Professora: Jéssica Balen Sanches.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

INTERGENERICIDADE

A intergenericidade é, de acordo com Koch (2006), um fenômeno de hibridização, de mistura de gêneros ou de intertextualidade intergêneros. Em outras palavras, consiste na possibilidade de um determinado gênero apresentar uma forma híbrida, isto é, apresentar a forma de outro gênero. Pensando nessa possibilidade, resolvi brincar assim:

Prezadíssimo Útero:
Estou aqui, mais uma vez, prestes a fazer-lhe uma visitinha. Digo-lhe isso, caro Forno, pois já consigo enxergar de uma outra dimensão as partes que sempre, quando juntas, me formam. Bem ali, sobre uma já conhecida mesa, estão 4 ovos, 1 lata de leite condensado, 2 xícaras de chá de coco ralado, 1 colher de sopa de fermento em pó, manteiga (para untar a placenta) e açúcar de confeiteiro para me polvilhar no pós-parto. É isso mesmo: daqui a pouco você será fecundado para que eu possa nascer...
É só ter paciência. Aprendi a esperar que alguém coloque na batedeira as gemas para que elas se transformem num creme leve e fofo e, nesse instante, adicione o leite condensado aos poucos e sem parar de bater. Quando esse alguém desligar a batedeira e juntar o coco ralado, eu já estarei quase parecido comigo e bem perto de você, amigo Útero. Depois é só mexer bem o creme com uma espátula, adicionar o fermento peneirado e misturar bem.
Após esse período, mãos carinhosas deverão bater as claras em neve e juntá-las à minha massa (em movimentos leves e delicados para que o ar incorporado não se perca). Em seguida, esse feto deverá ser colocado em uma forma -com furo central e untada- e levado até você já pré-aquecido. Ao me retirarem de suas entranhas, caro Útero, depois de frio, serei polvilhado com açúcar de confeiteiro (meu talquinho) e estarei pronto para o deleite das bocas sedentas.
Um forte abraço e até breve,
Futuro Bolo de leite condensado e coco.

domingo, 17 de abril de 2011

HUM!

Vania Nogueira De Lara
C. E. M. Criança Esperança I; Rio Brilhante (MS)

Acordei cedinho
Abri a janela
Cadê o canto do passarinho?

O passarinho voou
Foi embora
Aqui não mais voltou.

Que cheiro esquisito é esse?
De couro? Ah, é o progresso.
O curtume ali se instalou.

Dia de chuva
Cadê o passarinho?
Que cheiro esquisito é esse?
Azedo. Hum... A usina ali se instalou.

Que barulho é esse?
A cidade cresceu
E o movimento gerou
Hum! Muito barulho
Atchim! Atchim!
Que atchim é esse?

É a fumaça da cana.
É o pó de arroz do secador.
É o emprego do meu pai.
Hum... atchim!

sexta-feira, 15 de abril de 2011

POEMA PROJETO

Poema - projeto

O projeto é confundido com o produto
mas não é o produto
o projeto é o caminho
que passa pelo produto
e se continua
até o fim do produto
e se continua
pois o projeto é um caminho
assim
o projeto não é a cadeira
a ponte, o arranha-céu, a cidade
o garfo, a faca, a cozinha
o refrigerante, a embalagem, o automóvel
o ursinho de brincar
o projeto não é o sapato
nem o biodigestor
nem a fábrica nem a indústria
pois o projeto não é a instituição
o projeto é o processo
o produto um dos seus resultados
[a atividade do projeto é um caminhar
que passa pelo produto e se continua]
o projeto é aperfeiçoável; exercitável, aprendível
o projeto não é o produto
assim a complexidade do projeto não está no produto
[a complexidade do produto é inerente a este]
a complexidade do projeto está no seu caminho
na maneira de sua condução
[um simples pote de barro pode resultar de
complexa atividade projetual]
o projeto pode ser ir da casa até a fonte
[quando o caminho não é suficientemente conhecido]
o projeto pode ser a atividade exercida
para resolver problemas diários
o projeto não é a luz, mas uma das
maneiras de obtê-la.

[José Luiz Mendes Ripper; agosto, 1982]

5ª OFICINA-OFICINA LIVRE ORIENTAÇÃO DE PROJETOS

Oficina de elaboração do projeto

Nosso 5º encontro aconteceu no dia 15 de abril nas dependências da Secretaria Municipal de Educação. Iniciamos nosso encontro com a leitura do poema Projeto de José Luiz Mendes Ripper. Nesta oficina vamos dar inicio a elaboração dos projetos que serão desenvolvidos pelos professores em suas respectivas escolas. Apresentei através de slides uma seqüência de como elaborar um projeto, suas etapas e estruturas. Em seguida, os cursista escolheram o tema de seu projeto de acordo com a relevância para sua clientela. Posteriormente, passaram a debater sobre a situação-problema. Por conseguinte, iniciaram o levantamento bibliográfico que servirá como fundamentação teórica para a elaboração do projeto Então, foi escolhido os seguintes temas e ficando estabelecido que : A Professora Márcia Regina trabalhará com o projeto “Rádio na Escola”, a professora Claudete ”Poetas da Escola” Professoras Marcilene e Camila Projeto “A importância da poesia para o prazer da leitura”, Professoras Viviane e Lucélia “Folclore Regional e por a fim a professora Jéssica Balen o projeto “Fotografando a minha realidade”. Foi um encontro muito proveitoso, onde cada professora já saiu com um esboço de seu projeto. Encerramos o encontro, orientando sobre a próxima oficina.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA DO GESTAR


6ºANO

TODAS AS VIDAS-CORA CORALINA

Vive dentro de mim
uma cabocla velha
de mau-olhado,
acocorada ao pé
do borralho,
olhando para o fogo.
Benze quebranto.
Bota feitiço...
Ogum. Orixá.
Macumba, terreiro.
Ogã, pai-de-santo...
Vive dentro de mim
a lavadeira
do Rio Vermelho.
Seu cheiro gostoso
d'água e sabão.
Rodilha de pano.
Trouxa de roupa,
pedra de anil.
Sua coroa verde
de São-caetano.
Vive dentro de mim
a mulher cozinheira.
Pimenta e cebola.
Quitute bem feito.
Panela de barro.
Taipa de lenha.
Cozinha antiga
toda pretinha.
Bem cacheada de picumã.
Pedra pontuda.
Cumbuco de coco.
Pisando alho-sal.
Vive dentro de mim
a mulher do povo.
Bem proletária.
Bem linguaruda,
desabusada,
sem preconceitos,
de casca-grossa,
de chinelinha,
e filharada.
Vive dentro de mim
a mulher roceira.
-Enxerto de terra,
Trabalhadeira.
Madrugadeira.
Analfabeta.
De pé no chão.
Bem parideira.
Bem criadeira.
Seus doze filhos,
Seus vinte netos.
Vive dentro de mim
a mulher da vida.
Minha irmãzinha...
tão desprezada,
tão murmurada...
Fingindo ser alegre
seu triste fado.
Todas as vidas
dentro de mim:
Na minha vida -
a vida mera
das obscuras!

Cora Coralina

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Cidadão-Zé Ramalho

Tá vendo aquele edifício moço
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas prá ir, duas prá voltar
Hoje depois dele pronto
Olho prá cima e fico tonto
Mas me vem um cidadão
E me diz desconfiado
"Tu tá aí admirado?
Ou tá querendo roubar?"
Meu domingo tá perdido
Vou prá casa entristecido
Dá vontade de beber
E prá aumentar meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio
Que eu ajudei a fazer...

Tá vendo aquele colégio moço
Eu também trabalhei lá
Lá eu quase me arrebento
Fiz a massa, pus cimento
Ajudei a rebocar
Minha filha inocente
Vem prá mim toda contente
"Pai vou me matricular"
Mas me diz um cidadão:
"Criança de pé no chão
Aqui não pode estudar"
Essa dor doeu mais forte
Por que é que eu deixei o norte
Eu me pus a me dizer
Lá a seca castigava
Mas o pouco que eu plantava
Tinha direito a comer...

Tá vendo aquela igreja moço
Onde o padre diz amém
Pus o sino e o badalo
Enchi minha mão de calo
Lá eu trabalhei também
Lá foi que valeu a pena
Tem quermesse, tem novena
E o padre me deixa entrar
Foi lá que Cristo me disse:
"Rapaz deixe de tolice
Não se deixe amedrontar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio, fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asa
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio, fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asas
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar"

Hié! Hié! Hié! Hié!
Hié! Oh! Oh! Oh!

O OPERÁRIO EM CONSTRUÇÃO-VINICIUS DE MORAES

Era ele que erguia casas
Onde antes só havia chão.
Como um pássaro sem asas
Ele subia com as casas
Que lhe brotavam da mão.
Mas tudo desconhecia
De sua grande missão:
Não sabia, por exemplo
Que a casa de um homem é um templo
Um templo sem religião
Como tampouco sabia
Que a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão.

De fato, como podia
Um operário em construção
Compreender por que um tijolo
Valia mais do que um pão?
Tijolos ele empilhava
Com pá, cimento e esquadria
Quanto ao pão, ele o comia...
Mas fosse comer tijolo!
E assim o operário ia
Com suor e com cimento
Erguendo uma casa aqui
Adiante um apartamento
Além uma igreja, à frente
Um quartel e uma prisão:
Prisão de que sofreria
Não fosse, eventualmente
Um operário em construção.

Mas ele desconhecia
Esse fato extraordinário:
Que o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.
De forma que, certo dia
À mesa, ao cortar o pão
O operário foi tomado
De uma súbita emoção
Ao constatar assombrado
Que tudo naquela mesa
- Garrafa, prato, facão -
Era ele quem os fazia
Ele, um humilde operário,
Um operário em construção.
Olhou em torno: gamela
Banco, enxerga, caldeirão
Vidro, parede, janela
Casa, cidade, nação!
Tudo, tudo o que existia
Era ele quem o fazia
Ele, um humilde operário
Um operário que sabia
Exercer a profissão.

Ah, homens de pensamento
Não sabereis nunca o quanto
Aquele humilde operário
Soube naquele momento!
Naquela casa vazia
Que ele mesmo levantara
Um mundo novo nascia
De que sequer suspeitava.
O operário emocionado
Olhou sua própria mão
Sua rude mão de operário
De operário em construção
E olhando bem para ela
Teve um segundo a impressão
De que não havia no mundo
Coisa que fosse mais bela.

Foi dentro da compreensão
Desse instante solitário
Que, tal sua construção
Cresceu também o operário.
Cresceu em alto e profundo
Em largo e no coração
E como tudo que cresce
Ele não cresceu em vão
Pois além do que sabia
- Exercer a profissão -
O operário adquiriu
Uma nova dimensão:
A dimensão da poesia.

E um fato novo se viu
Que a todos admirava:
O que o operário dizia
Outro operário escutava.

E foi assim que o operário
Do edifício em construção
Que sempre dizia sim
Começou a dizer não.
E aprendeu a notar coisas
A que não dava atenção:

Notou que sua marmita
Era o prato do patrão
Que sua cerveja preta
Era o uísque do patrão
Que seu macacão de zuarte
Era o terno do patrão
Que o casebre onde morava
Era a mansão do patrão
Que seus dois pés andarilhos
Eram as rodas do patrão
Que a dureza do seu dia
Era a noite do patrão
Que sua imensa fadiga
Era amiga do patrão.

E o operário disse: Não!
E o operário fez-se forte
Na sua resolução.

Como era de se esperar
As bocas da delação
Começaram a dizer coisas
Aos ouvidos do patrão.
Mas o patrão não queria
Nenhuma preocupação
- "Convençam-no" do contrário -
Disse ele sobre o operário
E ao dizer isso sorria.

Dia seguinte, o operário
Ao sair da construção
Viu-se súbito cercado
Dos homens da delação
E sofreu, por destinado
Sua primeira agressão.
Teve seu rosto cuspido
Teve seu braço quebrado
Mas quando foi perguntado
O operário disse: Não!

Em vão sofrera o operário
Sua primeira agressão
Muitas outras se seguiram
Muitas outras seguirão.
Porém, por imprescindível
Ao edifício em construção
Seu trabalho prosseguia
E todo o seu sofrimento
Misturava-se ao cimento
Da construção que crescia.

Sentindo que a violência
Não dobraria o operário
Um dia tentou o patrão
Dobrá-lo de modo vário.
De sorte que o foi levando
Ao alto da construção
E num momento de tempo
Mostrou-lhe toda a região
E apontando-a ao operário
Fez-lhe esta declaração:
- Dar-te-ei todo esse poder
E a sua satisfação
Porque a mim me foi entregue
E dou-o a quem bem quiser.
Dou-te tempo de lazer
Dou-te tempo de mulher.
Portanto, tudo o que vês
Será teu se me adorares
E, ainda mais, se abandonares
O que te faz dizer não.

Disse, e fitou o operário
Que olhava e que refletia
Mas o que via o operário
O patrão nunca veria.
O operário via as casas
E dentro das estruturas
Via coisas, objetos
Produtos, manufaturas.
Via tudo o que fazia
O lucro do seu patrão
E em cada coisa que via
Misteriosamente havia
A marca de sua mão.
E o operário disse: Não!

- Loucura! - gritou o patrão
Não vês o que te dou eu?
- Mentira! - disse o operário
Não podes dar-me o que é meu.

E um grande silêncio fez-se
Dentro do seu coração
Um silêncio de martírios
Um silêncio de prisão.
Um silêncio povoado
De pedidos de perdão
Um silêncio apavorado
Com o medo em solidão.

Um silêncio de torturas
E gritos de maldição
Um silêncio de fraturas
A se arrastarem no chão.
E o operário ouviu a voz
De todos os seus irmãos
Os seus irmãos que morreram
Por outros que viverão.
Uma esperança sincera
Cresceu no seu coração
E dentro da tarde mansa
Agigantou-se a razão
De um homem pobre e esquecido
Razão porém que fizera
Em operário construído
O operário em construção.